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Polémica com navio ‘Mondego’

Helena Carreiras, ministra da Defesa, vai ser ouvida hoje no parlamento sobre a controvérsia que envolveu treze militares da Marinha, em março, ao se recusarem a embarcar numa missão no navio ‘Mondego’, e também sobre o atraso na criação da escola de ciberdefesa.  

Tem início marcado, a audição, para as 10:00, serão abordados os dois temas anteriormente mencionados, o primeiro proposto pela Iniciativa Liberal (IL) e o segundo pelo PSD. 

Esta controvérsia aconteceu em março quando a Marinha, mais precisamente 13 militares terem se recusado a embarcar, alegando falta de condições de segurança, fazendo com que a missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, tenha falhado.  

Este episódio levou a Armada a fazer uma inspeção ao Navio da Republica Portuguesa (NPR) ‘Mondego’, que concluiu que a missão seria “realizável em segurança”, e iria avançar com processos disciplinares aos militares revoltosos, cujas acusações serão apresentadas aos visados na quinta-feira. 

Os militares iam ser ouvidos a 20 de março pela Polícia Judiciária Militar (PJM) no âmbito de inquérito criminal, após participação feita pela Marinha, mas o Ministério Público suspendeu a audição por decisão da procuradora de forma a poder analisar o processo com mais detalhe. Naquele momento a defesa dos militares denotou a Marinha de ter apagado indícios de prova, mas o ramo negou estas alegações. 

No final de março, mais precisamente 27 de março, ‘Mondego’ volta a estar novamente envolto numa nova controvérsia após ter abortado uma outra missão nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de “ordem técnica”, que, segundo a Marinha, teve origem “num erro humano”, estando o navio operacional. 

O tema a ser abordado a seguir por Helena foi proposto pelo PSD e explicado após “notícias veiculadas na imprensa”, nomeadamente no Diário de Notícias, de que “a criação da Escola de Ciberdefesa irá sofrer um atraso preocupante” em virtude de o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) “ter decidido abrir um concurso público internacional”. 

“Esta decisão não deixa de ser surpreendente pois surge mais de três anos depois de o EMGFA ter iniciado o processo de consulta de empresas de cibersegurança, ainda no mandato do almirante Silva Ribeiro, no sentido de criar uma Escola de Ciberdefesa que salvaguarde os interesses nacionais, nesta área fundamental da Defesa”, lê-se no requerimento apresentado pelos sociais-democratas. 

Associadamente a este processo, prossegue o texto, “foi edificada há um ano na Academia Militar, do Exército, a ‘Cyber Academia and Inovation Hub’ para ‘promover a formação, treino e exercícios, a investigação, e inovação no ciberespaço e, ainda, apoiar o desenvolvimento de capacidades no âmbito da cibersegurança e ciberdefesa’” – inaugurada publicamente no passado dia 24 de maio. 

“Todavia, e apesar de parecer existir quem defenda que este espaço, sem utilização há mais de um ano, poderia ser utilizado também como escola de ciberdefesa, o Ministério, inexplicavelmente, entende que não”, incluem. 

 PSD diz que “esta situação se reveste de enorme preocupação, podendo afetar a credibilidade do Estado Português junto dos seus parceiros internacionais e põe em causa o desenvolvimento do plano na área da Ciberdefesa e como tal, importa conhecer a dimensão desta problemática”. 

A Ministra da Defesa, a 03 de maio, respondeu ao PSD no parlamento sobre este tema, dizendo: “Não creio que existam atrasos, e aqueles que existem são obviamente recuperáveis”. 

 

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