A Estalagem Gado Bravo encontra-se localizada na N10, Reta do Cabo, entre Vila Franca de Xira e o Porto Alto, Samora Correia.
Inaugurada em 2 de outubro de 1952, foi mandada construir pelo empresário local Joaquim Augusto Faria, através da sua firma ‘Gado Bravo, Lda’. Com a inauguração da Ponte Marechal Carmona, a 30 de dezembro de 1951, a Reta do Cabo tornou-se numa das principais estradas para o Algarve, ao que esta estalagem tirou proveito. O primeiro gerente foi José Carlos Batista, que vivia na estalagem com a sua família.
Gado Bravo tinha nas suas imediações: quartos, salão de festa, restaurante, pátio, adega e até mesmo uma praça de touros. Numa notícia publicada num jornal da época dizia que a «estalagem proporcionará aos aficionados portugueses e aos turistas um ambiente tauromáquico permanente, sobretudo em vésperas de touradas. Dispondo de uma varanda virada para a lezíria, permitirá que os hóspedes vejam touros a curta distância no campo. Também numa pequena praça privativa se poderão lidar vacas e garraios, à vista dos frequentadores da estalagem».
A estalagem potenciou a riqueza verdejante da lezíria com a vinda de celebridades nacionais e internacionais. Atuaram no salão de festas nomes como Amália Rodrigues, Herminia Silva, Fernando Farinha e Alfredo Marceneiro. A equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica também passaram pela estalagem, em dezembro de 1958. Relativamente a visitas internacionais, o cantor da ex-banda Beatles, Paul McCartney, em 11 de junho de 1965, e, também, da já falecida Rainha de Inglaterra, Isabel II, em fevereiro de 1957.
A família Baptista deixa a gerência da estalagem em 1975 que culminou na decadência da estalagem, tendo sido fechada em 1989.
Em fevereiro de 2008 havia sido noticiado a compra da Estalagem Gado Bravo por «uma empresa interessada em recuperar e valorizar a imagem da Gado Bravo, associando-a às tradições ribatejanas e à proximidade do futuro aeroporto, que deverá ser construído a cerca de 15 quilómetros», diz o jornal Público. António Dias Santos, administrador da empresa que supostamente adquiriu o espaço, tinha como projeto um futuro Conjunto Turístico do Gado Bravo que contemplaria dois hotéis (cada um deles com 50 quartos), um pavilhão multiusos com capacidade para congressos e outros eventos, um restaurante, piscina, arena, parque infantil e campo de jogos polivalente.
Até hoje nada foi feito na antiga Estalagem do Gado Bravo.
Fotos: Restos de Colecção; Correio do Ribatejo
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