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Morreu a cantora brasileira Rita Lee

Estrela do rock brasileiro tinha 75 anos

A cantora brasileira foi diagnosticada com cancro de pulmão em 2021 e estava a fazer tratamentos contra a doença.

“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, na sua residência, em São Paulo, no final da noite de segunda-feira, cercada de todo o amor da sua família, como sempre desejou”, escreveu a família em comunicado.

Rita Lee, considerada uma das maiores cantoras e compositoras da história do Brasil

A notícia foi confirmada na manhã desta terça-feira, através de um comunicado partilhado nas redes sociais oficiais da cantora e do seu marido, Roberto de Carvalho:

O velório está marcado para esta quarta-feira (10), das 10h00 às 17h00 (hora local). “De acordo com a vontade de Rita, o seu corpo será cremado. A cerimónia será particular. Nesse momento de profunda tristeza, a família agradece o carinho e o amor de todos”, concluiu o comunicado.

Na sua edição online, a Folha de São Paulo recorda um texto da cantora sobre a morte. “Quando morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar ‘jabá’. Fãs, esses sinceros, empunharão os meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a ‘véia’ já tivesse morrido [risos]”, escreveu a artista na sua autobiografia.

Rita Lee, apelidada como a ‘rainha do rock brasileiro’, é conhecida por temas como “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Agora Só Falta Você”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Erva Venenosa”, “Amor e Sexo”, “Reza”, “Menino bonito” , “Flagra” e “Doce vampiro”.

Sempre à frente do seu tempo, a artista era considerada uma referência da criatividade e da independência feminina. O título de “rainha do rock brasileiro” chegou quase no início da sua carreira, mas a cantora achava-o “ridículo” – preferia ser tratada como a “padroeira da liberdade”.

Rita Lee Jones nasceu em São Paulo, a 31 de dezembro de 1947. O pai, Charles Jones, era dentista e filho de imigrantes dos Estados Unidos. A mãe, a italiana Romilda Padula, era pianista, e foi quem incentivou a filha a aprender música.

Aos 16 anos, a brasileira juntou-se ao trio Teenage Singers, e realizou vários concertos em festas de escolas. Nas pequenas atuações, o cantor e produtor Tony Campello descobriu as cantoras e convidou-as para gravações como backing vocals.

Já em 1964, Rita Lee juntou-se ao grupo Six Sided Rockers que, depois de algumas mudanças na formações, deu origem aos Mutantes. O fim da sua relação com Arnaldo Baptista coincidiu com a saída da artista da banda.

Depois dos Mutantes, a artista juntou-se ao grupo Tutti Frutti, tendo gravado cinco álbuns, com destaque para “Fruto proibido”, de 1975.

Em 1979, a cantora editou o seu primeiro álbum a solo “Build up”, ainda antes de abandonar o grupo. Rita Lee também editou “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, em 1972, ainda gravado com a banda.

Ao longo da carreira a solo, a artista editou vários álbuns que se tornaram referências da música brasileira, como “Rita Lee” (1979), “Saúde” (1981) e “Rita e Roberto” (1985), que foi apresentado no palco da primeira edição do Rock in Rio, no Rio de Janeiro.

“Reza”, de 2012, foi o último álbum de canções inéditas lançado pela artista. No total, ao longo da carreira, Rita Lee editou 40 álbuns, sendo seis com os Mutantes e 34 na carreira solo.

Em 2001, Rita Lee conquistou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa com “3001”. Já em 2022, a artista foi homenageada com o galardão de Excelência Musical.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone destacou a cantora na Lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira.

 

 

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