Portugal registou hoje 221 mortes relacionadas com a covid-19, o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia, e 13.544 casos de infeção com o novo coronavírus segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em conferencia de imprensa, para justificar a adoção pelo executivo de novas medidas “suplementares” de combate à covid-19, o primeiro-ministro disse que o Governo recebeu na quarta-feira do Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge “novos dados sobre a prevalência na sociedade portuguesa da nova estirpe britânica” do novo coronavírus.
“Verifica-se que há um crescimento muito acentuado da presença desta estirpe. Na semana passada tinha uma prevalência na ordem dos 8%, tendo agora 20%. Os estudos prospetivos indicam que possa ter um crescimento muito significativo, atingindo mesmo os 60% de prevalência nas próximas semanas”, indicou.
Face a essa nova realidade relacionada com a propagação de uma nova variante do coronavírus em Portugal, o líder do executivo considerou que se impôs ao Governo “uma alteração do conjunto de medidas adotadas na semana passada”.
Depois de anunciar o novo conjunto de medidas de combate à covid-19, com especial destaque para a suspensão de todas as atividades letivas, António Costa aproveitou para reiterar a ideia que tem sido defendida pelo seu executivo de que “as escolas não são o principal foco de transmissão”.
“As escolas não foram, nem são, o principal local de transmissão. Portanto, não é pelas escolas estarem encerradas para proteção dos alunos, professores e pessoal não docente que o conjunto de medidas de limitação de circulação, de dever de recolhimento domiciliário, de obrigatoriedade de teletrabalho e ou de proteção individual devem ser de alguma forma descuradas”, advertiu.
Neste contexto, António Costa frisou que as medidas tomadas no Conselho de Ministros de hoje “são suplementares e não substitutivas de quaisquer outras anteriores”.
“Portanto, isto só significa que temos mesmo o dever cívico de reforçar o confinamento, porque, para além da saúde e das vidas, importa também apressar o controlo desta situação para prejudicar o menor tempo possível o processo de aprendizagem e de desenvolvimento das crianças”, alegou.
Em Portugal, desde o início da pandemia, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.