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Sociedade

Campanha nacional quer Descomplicar a Dor em Portugal

A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) vai promover uma campanha de consciencialização que promete descomplicar, desmistificar e esclarecer a população sobre o que é a Dor. Esta iniciativa surge no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Luta Contra a Dor que se assinala a 21 de outubro.

José Romão, coordenador da Unidade de Dor do Centro Hospitalar do Porto e responsável pela campanha “Descomplicar a Dor”, adianta que “a APED, seguindo a missão de promover a literacia relativamente à dor, vai através das novas formas de comunicação esclarecer conceitos, partindo de conhecimentos corretos do ponto de vista científico e recorrendo a uma linguagem acessível à maioria das pessoas. Deste modo, acreditamos poder contribuir para melhorar a qualidade de vida de quem padece de dor e simultaneamente ajudar a prevenir situações de dor inútil.”

Esta campanha será constituída por um conjunto de vídeos que permitem estabelecer uma base de confiança do doente em si próprio e na sua capacidade de participação e ação, reduzindo-se assim as distâncias físicas, comunicacionais e emocionais na sua relação com os profissionais de saúde. Os primeiros vídeos vão abordar temáticas como: A dor é toda igual; Comunicar bem para avaliar melhor; Dor e emoção; Dor e o comprimido mágico, Dor e sexualidade; Dor e movimento, Dor e trabalho e, por fim, Dor e alimentação.

Iuri Correia, médica especialista em medicina interna, reitera que “A dor não é simples e nunca é igual. Muda ao longo do tempo e de pessoa para pessoa. Não é apenas uma sensação física. A dor muda a maneira como nos sentimos, o nosso humor, o nosso comportamento e muitas vezes o nosso trabalho e as relações sociais”. E acrescenta: “Para que a dor não cause mais dores ainda, temos de a conhecer e dar a conhecê-la. Esta iniciativa, na qual participo com grande entusiasmo, tem o objetivo de facilitar e sensibilizar médicos e doentes a falar sobre a dor e todas as suas vertentes. Conhecer a dor é o primeiro passo para a combater. E quanto mais cedo melhor”.

“A dor é um fenómeno complexo e desagradável, em certas circunstâncias útil para a manutenção da nossa integridade física, mas muitas vezes sem qualquer utilidade”, conclui José Romão. Estima-se que 36,7% da população adulta (maior de 18 anos) tenha dor. A incapacidade associada a esta doença afeta diretamente a vida pessoal, familiar, social e profissional dos doentes.