A organização criminosa terá burlado instituições de crédito e empresas francesas em cerca de um milhão e duzentos mil euros.
A Polícia Judiciária deteve um homem e uma mulher, respectivamente com 54 e 40 anos de idade, em Vila Nova de Gaia pela presumível prática de crimes de branqueamento, burla qualificada e burla informática.
Os suspeitos integravam uma organização criminosa de caráter transnacional desde 2017, sendo que o núcleo principal estava instalado em França e dedicava-se à prática de crimes contra o património. Os suspeitos recrutaram vários indivíduos em Portugal, “habitualmente denominados como ‘homens de palha'”. Estes deslocaram-se a França apenas com o propósito de nesse país procederem à abertura de contas bancárias.
A atividade criminosa, detalha o comunicado enviado às redacções, consistia principalmente na abertura de contas bancárias e na constituição de sociedades comerciais em França por indivíduos sem instrução e que não dominavam a língua francesa. Em troca, a organização pagava a estas pessoas quantias monetárias que a PJ não especifica. Depois, a organização pedia créditos financeiros para comprar bens que vendia posteriormente, mas os créditos nunca chegavam a ser pagos.
Também apurou a PJ que os suspeitos, titulares de contas bancárias em Portugal, entre Fevereiro e Outubro de 2018 também possibilitaram que fossem creditadas nessas contas inúmeras transferências. Os ordenantes eram indivíduos referenciados em investigações a correr termos em França, por se tratar de operações com origem em esquemas fraudulentos.