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Dia Mundial do Cancro do Pulmão

No dia 1 de agosto, celebra-se o Dia Mundial do Cancro do Pulmão.

A Dra. Daniela Madama, Membro da Comissão Científica do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão e especialista em pneumologia, em declarações à Iris FM falou das iniciativas que estão agendadas para amanhã:

A Dra. Daniela indicou as mais recentes atualizações sobre as estatísticas desta doença, referindo que as mulheres são as mais afetadas:

A membro da Comissão Científica do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão falou ainda dos dois projetos piloto de rastreios do cancro do pulmão que o Governo anunciou que vão ser implementados ainda este ano:

A Dra. Daniela mencionou ainda quais os principais sintomas que estão associados a esta doença:

A Especialista em pneumologia indicou o que pode ser feito para minimizar o risco da doença do cancro do pulmão:

A Dra. Daniela Madama deixou algumas recomendações à população:

A maioria dos portugueses afirma conhecer alguém com o cancro do pulmão, mas continua desinformada sobre ferramentas de diagnóstico, sinais e sintomas e que cuidados de saúde procurar. Estas são algumas das principais conclusões do estudo divulgado intitulado “O Cancro do Pulmão em Portugal – A Visão dos Portugueses”, desenvolvido pela Spirituc-Investigação Aplicada com o apoio da AstraZeneca. Este estudo, agora divulgado no âmbito da 5.ª edição da campanha nacional “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”, assinala o Dia Mundial do Cancro do Pulmão.

De acordo com os resultados do estudo, mais de metade dos inquiridos afirma conhecer alguém que foi diagnosticado com cancro do pulmão. Em mais de metade destes casos, a relação é próxima, envolvendo familiares ou amigos chegados. O dado traduz o impacto transversal da doença na sociedade portuguesa, tocando diretamente milhares de famílias. No entanto, apesar dessa proximidade, metade dos portugueses desconhece que estão a ser desenvolvidos programas de rastreio para a deteção precoce da patologia, bem como a que sinais e sintomas estar atento.

Este aparente paradoxo – elevado contacto com a doença, mas reduzida literacia sobre a patologia – revela-se preocupante à luz dos dados epidemiológicos. Em 2022, o cancro do pulmão foi responsável por 6.155 novos casos em Portugal, assumindo a posição de quarta neoplasia mais diagnosticada. No entanto, lidera o número de mortes por cancro, com 5.077 óbitos registados nesse mesmo ano. A nível mundial, foram diagnosticados cerca de 2,4 milhões de casos e mais de 1,8 milhões de pessoas perderam a vida, segundo o Globocan.1,2

“Estes dados são um alerta claro: muitas pessoas têm contacto direto com a doença e, ao mesmo tempo, desconhecem ferramentas vitais como o desenvolvimento dos programas de rastreio. A prevenção e o diagnóstico precoce são pilares fundamentais para aumentar as hipóteses de tratamento e remissão da doença”, sublinha Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale, associação parceira da campanha.

Um dos dados encorajadores do estudo aponta que cerca de 67% dos inquiridos afirma aproveitar o período de férias para realizar check-ups de saúde. A campanha “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias” pretende justamente reforçar a importância de aproveitar o verão como uma oportunidade para parar, reconhecer sinais e sintomas e agir a tempo, permitindo uma identificação mais precoce desta doença.

A análise evidencia também que a maioria da população reconhece a gravidade do cancro do pulmão: ~59% dos inquiridos considera-o mais agressivo/mortal em comparação com outros tipos de cancro. Ainda assim, essa perceção não se traduz em conhecimento efetivo. Quase 9 em cada 10 portugueses (85,2%) considera que deveria existir mais informação e divulgação sobre o cancro do pulmão, o que denuncia uma clara lacuna na comunicação em saúde.

O estudo mostra que a perceção sobre os fatores de risco está relativamente bem consolidada. Quase 90% dos inquiridos identificam o tabagismo como o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, seguido da poluição ambiental (73,9%) e do contacto com substâncias químicas (67,4%). Ainda assim, é importante lembrar que a doença pode afetar também não fumadores, sendo o fumo passivo, a exposição ao radão, ao amianto ou fatores genéticos outros elementos de risco a considerar.3

“Em primeiro lugar, importa perceber quais são os fatores de risco e o que podemos fazer para evitar o aparecimento de cancro do pulmão. A prioridade máxima tem de ser impedir o desenvolvimento da doença”, afirma Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).

A importância do reconhecimento dos sinais e sintomas é outro ponto-chave da campanha deste ano. Os sinais de alerta associados à doença podem ser tardios e inespecíficos, o que torna ainda mais urgente a sua divulgação junto da população. Tosse persistente, dor no peito, falta de ar, rouquidão, perda de peso inexplicável, perda de apetite, cansaço extremo e infeções respiratórias frequentes como bronquites ou pneumonias são alguns dos sintomas que devem motivar avaliação médica.4

A maioria da população portuguesa (64,5%) acredita que o número de casos de cancro do pulmão irá aumentar nos próximos cinco anos – uma visão preocupante, mas que pode ser mitigada se houver uma aposta efetiva na prevenção e na deteção precoce.

A campanha “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”, promovida pela AstraZeneca, regressa este verão com o apoio de um conjunto alargado de parceiros institucionais, entre os quais a Associação Pulmonale, Careca Power, Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), Associação Nacional das Farmácias (ANF), APMGF, Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF (GRESP) e Rede Expressos. Mediante ações de sensibilização em espaços de grande visibilidade, pretende-se chegar a mais portugueses com mensagens claras, baseadas em evidência científica e adaptadas ao público.

O estudo “O Cancro do Pulmão em Portugal – A Visão dos portugueses”, desenvolvido pela AstraZeneca e com execução técnica da Spirituc, decorreu entre os dias 27 de maio e 23 de junho deste ano. A amostra incluiu 615 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre os 18 e os 80 anos, residentes em território nacional.

A investigação foi alicerçada numa metodologia de natureza quantitativa, com recurso à aplicação de questionários ‘online’ através de sistema CAWI (Computer Assisted Web Interviewing).