A meio do contra relógio, a caminho da Avenida dos Aliados, já se percebia que João Rodrigues estava a ganhar tempo a Joni Brandão. Tiquetaque, tiquetaque, o cronómetro marcava a emoção do Grande Final da 81ª Volta a Portugal Santander. Os dois protagonistas, depois de mais de 1500 quilómetros de competição, entraram na última etapa empatados e só o percurso entre Vila Nova de Gaia e o Porto ia decidir o vencedor da Volta 2019.
Na linha de meta, o relógio marcou 27 minutos e 31 segundos para o jovem algarvio, João Rodrigues, que um dia pensou ser futebolista, mas por obra e graça do destino veio parar ao ciclismo.
No fim ficou provado que voou. Fez a média de 42,5 Km/hora num trajeto difícil e técnico. Joni Brandão, o melhor que conseguiu foi o terceiro tempo com atraso de 27 segundos. Estava finalmente decidida a Volta.
Há vários anos que a Volta não tinha um vencedor tão jovem e uma outra curiosidade: pela primeira vez desde que a Volta a Portugal faz parte do calendário internacional (1991), os vencedores de todas as classificações são portugueses. Para além da Amarela Santander de João Rodrigues, que acumulou também com a conquista do Prémio Kombinado Kia, a Camisola Verde/Rubis Gás, vencedor da Classificação por Pontos, foi de Daniel Mestre (W52-FC Porto), a Camisola Azul/Liberty Seguros, vencedor do Prémio da Montanha, foi entregue a Luís Gomes (Radio Popular-Boavista) e por fim a Camisola Branca/Jogos Santa Casa, vencedor da Juventude, foi de Emanuel Duarte (LA Alumínios-LA Sports).
Depois da última etapa em linha e da chegada à Senhora da Graça, em Mondim de Basto, ganha por António Carvalho, a camisola amarela ficou empatada. A W52-FC Porto , João Rodrigues terminou imediatamente atrás do companheiro de equipa e anulou o escasso segundo que tinha de desvantagem sobre o comandante da classificação geral, Joni Brandão (Efapel), que foi terceiro na chegada ao Monte Farinha.