Torna-se alarmante o amontoar elevado de algas na costa do barlavento (oeste), essencialmente pelo facto desta espécie ser prejudicial para os ecossistemas, informou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e acrescenta que a situação está a ser acompanhada.
Esta espécie tem afetado especialmente as praias do concelho de Lagoa e Albufeira e já originou um “muro” na praia do Carvoeiro com “uma altura de 1,20 metros em toda a extensão do areal”, disse Anabela Rocha, vice-presidente da Câmara de Lagoa.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reporta que “embora não se tenham identificado problemas para a saúde pública associados à espécie, alga “Rugulopteryx okamurae”, a mesma (…) possui extrema resiliência, inibindo o seu consumo por herbívoros generalistas e o desenvolvimento de outras espécies na sua área de ocorrência”.
Contudo, as condições da corrente podem levar à decomposição das algas no local, facto que “constitui um foco de maus cheiros na praia, e uma alteração no perfil de solo do areal”, o que prejudica a “normal fruição das praias”, avançou APA.
A Administração da Região Hidrográfica do Algarve da APA está a “acompanhar um conjunto de iniciativas privadas que pretendem proceder ao aproveitamento das massas de algas que surgem ao largo do litoral algarvio”.
Considera-se este fenómeno não é inédito, e o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg) criou há dois anos uma plataforma para recolher dados sobre as algas encontradas nas praias algarvias de forma a perceber quais as espécies invasoras que levam a grandes acumulações nos areais.
“Esta alga está mais desenvolvida agora, porque tem melhores condições para se desenvolver, mas está presente durante todo o ano”, comunica Rui Santos, o investigador do CCMAR.
Segundo os investigadores, a ‘Rugulopteryx okamurae‘ apareceu pela primeira vez no sul de França, tendo, em seguida, alastrado para Espanha, Marrocos e Portugal.
Alga asiática apodera-se das praias do Algarve

ADICIONE UM COMENTÁRIO