Economia

Governo de Macau anuncia apoio a trabalhadores despedidos do Suncity

Num comunicado conjunto, a Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) e a Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) dizem que estão a prestar “muita atenção ao impacto causado pelo incidente do Suncity Group nas relações laborais dos seus trabalhadores” e que têm mantido contacto estreito com os responsáveis.

Por essa razão, foi criado um gabinete de apoio “sobre consulta dos direitos e interesses laborais e de registo”, assim como “serviços de registo para procura de emprego e de prestação de informações sobre formação profissional”.

Na sexta-feira, o Suncity informou ter terminado as suas operações relacionadas com os Junkets e, no mesmo dia, num comunicado enviado à bolsa de Hong Kong anunciou ter sido notificado para o reembolso total de empréstimos, numa ação que, em última instância, poderá levar a alterações no controlo do grupo.

Esta ação acontece na sequência da prisão preventiva do diretor-geral do grupo, Alvin Chau, que pediu a demissão do cargo.

A Star Soul Investments Limited, empresa totalmente controlada por Alvin Chau, recebeu uma carta de um grupo que atuando como agente de um sindicato de credores na qual é pedido o pagamento de empréstimos no valor de cerca de 35 milhões de euros. O grupo voltou hoje à bolsa de Hong Kong, após as suas transações de ações terem voltado a ser suspensas, e fechou a sessão com perdas de 10,14%.

No dia 30 de novembro, todas as salas de jogo VIP em Macau do grupo Suncity, presente em mais de 40% dos casinos do território, foram encerradas. No final de novembro, as autoridades de Macau determinaram a prisão preventiva de Alvin Chau.

O Ministério Público (MP) verificou, na sequência da investigação preliminar, a existência de indícios suficientes da prática dos crimes de participação em associação criminosa (punível com pena de prisão até dez anos), chefia de uma associação criminosa (até 12 anos de prisão), branqueamento de capitais (até oito anos de cadeia) e de exploração ilícita do jogo (até três anos).

A decisão foi tomada após interrogatório de 11 arguidos e dada “a gravidade da natureza dos referidos crimes, nomeadamente o seu enorme impacto e abalo causados à exploração lícita do setor do jogo de Macau e à estabilidade da ordem financeira” do território, indicou o MP, em comunicado.

Em 2019, no curso de uma investigação, a Polícia Judiciária de Macau detetou a existência de um grupo criminoso a aproveitar as operações das salas VIP para criar redes de plataformas de jogo para angariar residentes do interior da China para jogo ‘online’ ilícito.

Na sexta-feira, a procuradoria da cidade de Wenzhou, no leste da China, tinha pedido a Alvin Chau para se entregar às autoridades e cooperar com a investigação. Chau desenvolveu uma rede de pessoal no interior da China, para organizar visitas a salas de jogo no exterior e participar em atividades de jogo ‘online’ transfronteiriças, de acordo com uma nota das autoridades chinesas.

O diretor-geral do Suncity é acusado de estabelecer uma empresa de gestão de ativos na China continental para facilitar a troca de ativos por fichas de jogo, de forma a contornar o restrito controlo de saída de capitais no continente e facilitar a cobrança de dívidas contraídas pelos clientes. Chau também terá criado uma plataforma ‘online’ de jogos de azar nas Filipinas e em outros locais, em 2016, visando facilitar o jogo transfronteiriço.

A polícia de Wenzhou apurou ainda a utilização de canais ilegais, como bancos clandestinos, no fornecimento de serviços de liquidação de fundos para apostadores. Chau terá aliciado, no total, 80 mil apostadores do continente.

Partihar

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