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Moçambique: Reino Unido contribui com 1,3 mil milhões para projeto de gás

Graham Stuart revelou, numa resposta escrita a deputados, que a agência UK Export Finance (UKEF) concordou em apoiar empresas britânicas com 300 milhões de libras em empréstimos diretos (333 milhões de euros) e 850 milhões de libras (944 milhões de euros) em garantias a bancos comerciais que concedem empréstimos.

“O elemento apoiado pela UKEF vai apoiar várias empresas britânicas de todo o Reino Unido, incluindo pequenas e médias empresas e mais de 2.000 empregos no Reino Unido”, vincou, na informação providenciada ao parlamento na segunda-feira.

O projeto, justificou, “vai gerar receitas significativas para Moçambique e será transformador para o desenvolvimento económico e social” do país.

A petrolífera francesa Total anunciou na sexta-feira ter concluído a angariação de um financiamento de 14.900 milhões de dólares (13.000 milhões de euros) para o projeto de gás natural liquefeito (GNL) do norte de Moçambique.

“O financiamento do projeto é de 14.900 milhões de dólares, o maior jamais registado em África, e inclui empréstimos diretos e cobertos de oito agências de crédito à exportação, 19 instituições bancárias comerciais e um empréstimo do Banco Africano de Desenvolvimento”, adiantou a empresa em comunicado.

Os custos do projeto, situado na bacia do Rovuma, na península de Afungi, província de Cabo Delgado, no nordeste de Moçambique, será financiado através de uma combinação de capitais próprios e de empréstimos.

O projeto envolve o desenvolvimento de unidades de produção de gás ‘offshore’ ligadas a uma unidades ‘onshore’ de recebimento de gás e liquefação de gás natural, o qual será direcionado para consumo doméstico e exportação.

Numa outra resposta, Stuart disse que o apoio britânico foi feito após um estudo ambiental, social e de direitos humanos (ESHR), cumprindo os requisitos, mas a organização ambiental Friends of the Earth criticou o financiamento de um projeto com base em combustíveis de origem fóssil.

“Como anfitrião da próxima cimeira climática global, COP26, o Reino Unido devia concentrar-se em atos ambiciosos que levem a reduções significativas de emissões no país e no estrangeiro, não financiando projetos que destroem o ambiente num país que já está a enfrentar os impactos da degradação ambiental”, criticou, através da rede social Twitter.

A petrolífera francesa mantém o ano de 2024 como prazo previsto para a primeira entrega de gás, esperando-se atingir a plena produção (13,12 milhões de toneladas/ano) em 2025.

O consórcio tem contratos de venda fechados sobretudo para mercados asiáticos (China, Japão, Índia, Tailândia e Indonésia), mas também europeus, através da Eletricidade de França, da Shell e da britânica Cêntrica.

A Total lidera o consórcio da Área 1 com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo outras participações à indiana ONGC Videsh (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).

Partihar

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