A gripe em Portugal regista uma tendência estável mas decrescente, estando a ser uma época gripal de intensidade baixa a moderada, anunciou hoje a Direção-geral da Saúde (DGS).
Em Portugal o vírus dominante esta época tem sido do tipo B, ao contrário do que se passa na maioria dos restantes países da Europa, em que tem dominado um vírus do tipo A.
Quanto à vacinação, a Direção-geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge estimam que a vacina deste ano (tetravalente, que protege contra vários tipos de vírus) esteja a ser eficaz, embora ainda tenham de ser feitos estudos mais apurados não só em Portugal como nos restantes países europeus.
Contudo, o presidente do Instituto Ricardo Jorge, Fernando Almeida, afirmou na conferência de imprensa que “tudo aponta para que a vacina [tetravalente] seja mais efetiva“.
A diretora-geral da Saúde adianta ainda que há muitos idosos vacinados contra a gripe, havendo este ano menos carga de doença nessa população.
O grupo etário que “teve uma grande incidência de gripe”, o dos jovens, está atualmente a registar uma “franca descida” dos casos.
“Se interpretássemos esta época gripal eu diria que tivemos dois fatores da natureza e um humano a interferir: o das temperaturas, com um inverno ameno; as características de um vírus B, em que a atividade gripal é habitualmente menos intensa e o fator humano será o da vacinação”, resumiu Graça Freitas aos jornalistas.
Quanto à afluência aos serviços de saúde, o dia 26 de dezembro foi o que teve maior procura nos serviços de urgência, com mais de 23 mil episódios de urgência. Mas o dia com maior procura de urgências por infeções respiratórias no geral foi o dia 25 de dezembro.
A diretora-geral de Saúde destaca que a gripe não teve grande impacto nas urgências hospitalares, uma vez que apenas 1,8% dos episódios serão devidos à síndrome gripal.
“Houve infeções respiratórias, como há todos os anos, e outras causas típicas de inverno“, justificou Graça Freitas.
A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que sentiu maior pressão nos serviços de urgência hospitalar.
Ao nível dos centros de saúde, a DGS indica que houve “uma estabilidade nas consultas”.
A gripe não terá tido também grande impacto na mortalidade, que está de acordo com o esperado.
Também as camas adicionais de internamento abertas nos hospitais no âmbito dos planos de contingência não têm tido elevada utilização, com cerca de 50% das camas previstas a serem ocupadas, embora na região de Lisboa e Vale do Tejo esse valor suba para 65%, segundo explicou em conferência de imprensa Ricardo Mestre, vogal da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
ADICIONE UM COMENTÁRIO