Cultura

Sanjoaninas assinalam 350 anos do exílio de D. Afonso VI

As festas Sanjoninas, em Angra do Heroísmo, nos Açores, assinalam os 350 anos da chegada à cidade do rei D. Afonso VI, exilado na ilha Terceira durante cinco anos.

“Uma terra sem história não tem futuro. Por isso mesmo é que nós relembramos e continuaremos a relembrar a nossa história para todos aqueles que nos visitam e para os que aqui vivem, para que de facto fique na memória de todos que tivemos um papel importante no contexto nacional”, adiantou, em declarações à Lusa, o vice-presidente do município de Angra do Heroísmo, José Gaspar Lima, justificando a escolha do tema desta edição das festas.

Apelidado como “o vitorioso”, por ter vencido as guerras da Restauração e por ter assinado um tratado de paz com Espanha que garantiu a independência de Portugal, D. Afonso VI acabou por ser afastado do poder por alegada incapacidade de o exercer e de assegurar a continuidade da linhagem real.

Entre 1669 e 1674, viveu exilado no Castelo de São João Baptista, em Angra (que na altura ainda não tinha o título de Heroísmo), proibido de contactar com príncipes estrangeiros e de sair do Monte Brasil, até que, na sequência de uma tentativa de golpe para recuperar o poder, foi encerrado no Palácio de Sintra, onde veio a falecer em 1983.

Apesar de destituído de poder executivo, entregue ao irmão, manteve-se sempre como rei até morrer, sendo o primeiro, reconhecido como tal, a viver em Angra do Heroísmo.

Horas antes do arranque oficial das festas Sanjoaninas, esta sexta-feira, o município angrense vai inaugurar uma estátua em homenagem de D. Afonso VI, precisamente no Monte Brasil.

Pelo palco principal das festas vão passar nomes como The Gipsy Kings, Ana Moura, Nego do Borel, David Carreira, Anjos, Os Quatro e Meia e Jimmy P., mas há vários palcos espalhados pela cidade com concertos gratuitos, sobretudo com bandas locais.

O município estima que se desloquem à ilha Terceira, por esta altura do ano, milhares de pessoas, incluindo centenas de emigrantes dos Estados Unidos e do Canadá.

As festas têm um orçamento de 600 mil euros, um valor que segundo José Gaspar Lima se mantém igual há vários anos.

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